Crônicas

As flores de plástico

Chatinho. Foi assim que uma guria referiu-me quando comentava sobre gostos musicais. Eu era o chato que reclama que quase tudo que toca por aí. E é verdade. Eu sou a pessoa mais seletiva e implicante com a música. Tenho um leque musical extremamente limitado, com sérias dificuldades de sair da minha bolha. E olha que eu sou uma pessoa muito ligada a música. Com oito anos, fiz cursos de violão. Parei porque era uma…

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Crônicas

Eu, a Elsa e os guarda-chuvas verdes

Eu sou o maior doador de fones de ouvido e sombrinha do Ocidente. Tão generoso que minhas doações são feitas de forma involuntária, automática. Não há ninguém no novo e no velho mundo que perdeu mais fones de ouvido e sombrinhas que eu. Fones de ouvido, em tese, são menos importantes no dia-dia. Menos importantes para os outros. Eu, que criei um Museu de Fones Perdidos, sofro quando viajo sem música ou podcast. Mas a…

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Crônicas

O acrobata de Toulouse

A chuva caia…fina, fria e eterna. Já era o quinto décimo dia seguido sem a presença do sol. Tão fina que não era possível de ouvir, o que ressaltava o silêncio no circo. O clima era de desânimo, pois um circo sem plateia nada é. Chegava a hora de mudar, pois não havia mais futuro por ali. A tenda se abriu e ela saiu. Com a cabeça baixa escondida no capuz, em silêncio, saiu discreta,…

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Crônicas

Diálogos

Já declarei meu amor às palavras neste blog de crônicas. Escrever é uma espécie de orgasmo intelectual. Palavras surgem nem fazer sentido e depois você encontra algum para elas. Palavras não são más, palavras não são quentes, palavras são iguais sendo diferentes, já diria Arnaldo Antunes. Há quem diga que escreva somente para si. Jamais. Seja uma crônica, uma poesia, um artigo ou até mesmo um texão para alguma rede social, não existe texto sem…

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Crônicas

Um roteiro de Kevin Smith…

Um bar fuleiro! É…não refiro-me àqueles bares gourmet travestidos de simples que pipocam pelo Brasil. Aquele locais de elite com nome de “boteco”. Até porque boteco de verdade não chame-se boteco. Falo de locais simples, com preços simples. O verdadeiro boteco é aquele com cerveja barata. Cervejas artesanais são boas, mas é outra história… Bar fuleiro, cerveja barata, uma jukebox mais aleatoria que o Ronaldinho Gaúcho e um grupo de pessoas na mesa a conversar.…

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Crônicas

Minha Miss Lexotan

Eu tenho asco a remédios. Na verdade, eu tenho medo de remédios, por isso finjo que tenho asco. Coloco o manto do nojo por cima de muitas coisas que tenho medo. Eu sou daqueles que fica com dor de cabeça para não tomar dipirona. E nunca tenho remédios em casa, na mochila, quando alguém precisa, alguém me pede. Também não sou daqueles que vive nos chás. No máximo, um chá de camomila, que assim como…

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Crônicas

Ninguém deixa as montanhas

Covilhã não sabe brincar. Não sabe, mesmo. Quando é frio, é frio de renguear cusco, como diriam os gaúchos. Quando esquenta, nem o diabo aguenta. Há basicamente duas estações: VSF, que frio e VSF que calor. Todos temos corriqueiramente um sonho de uma noite de meia estação, que ocorre em poucos dias no ano. Chuva? Covilhã também é uma espécie de Joselito. Se é para chover, fica uma semana, duas, um mês. Quando vem o…

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Crônicas

Em um relacionamento tóxico com Blumenau

Blumenau, 168 anos. As timelines das minhas redes sociais estão inundas de belas imagens da capital do Vale. Declarações de amor, relatos de momentos passados surgem de simples moradores, de cidadãos participantes da sociedade, de candidatos a deputado.  Um script padrão para o aniversário de uma cidade. E eu? O que vou escrever sobre esta cidade? Vou colocar uma imagem bonita (tenho várias) e dizer que estou com saudades? Mas estou mesmo? Será que eu…

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Crônicas

Eu deixei a minha terra

Alguns podem achar que esta crônica está dois anos atrasada, período em que estou fora do Brasil. De fato, são dois anos que troquei a chuva, o trânsito e a correria de Blumenau pelo frio, vento e a tranquilidade, ora assustadora, de Covilhã. Mas escrevo esta crônica hoje por ser um dia especial. Desprendi-me de mais um grilhão que enraizava em Blumenau: o Colmeia. O Colmeia nunca foi apenas um evento cultural. Não se tratava…

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Crônicas

A ovelha-negra de humanas

Eu poderia estar trabalhando, estudando, escrevendo artigos, mas estou aqui, a escrever mais uma crônica para esta bodega que estava mais abandonada que bares em Covilhã fora do período de aula. Volto a este bar que serve histórias para falar sobre as minhas desavenças com o povo de humanas. E é um caso especial, pois tecnicamente eu sou de humanas. Sou formado em jornalismo e apaixonado por artes desde criança. Já tentei ser músico, ator…

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