Crônicas

Um latifúndio de expectativas

Seja bem-vindo, caro leitor, a minha fazenda. Mas perceba que não se trata de uma fazenda qualquer. É um verdadeiro latifúndio que o MST gostaria de invadir. O que eu cultivo? Expectativas. São hectares e hectares de expectativas criadas. Para tudo, meu distinto leitor. De todos os gêneros, de todos os temas, expectativas pequenas, médias e grandes. De questões pessoais a profissionais, de recursos financeiros a saúde física e mental. As terras ansiosas são férteis…

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Crônicas

Não temos mais idade para essas coisas

O sol vem forte e eu escondo-me atrás de uma árvore. É preciso ficar mudando de lugar a toda hora para garantir que eu não me queime. Apesar do calor exagerado, a brisa que bate no alto das montanhas alivia. Nem é preciso ficar à espera de um sol menor, como disse o Jimmy. No meio do jardim está ele. O mascote oficial, um grande, peludo e simpático cachorro. Não há um morador da Covilhã…

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Crônicas

A mensagem que mudou tudo

A porta da varanda escancarada e a leve brisa que entrava pelo quarto junto de insetos ainda não catalogados. As temperaturas subiram, o dia clamava pela presença de todos às ruas, o vírus não deixava. Se o desejo era caminhar livremente, com trilha sonora aos ouvidos e passos que me levariam a lugar algum, viajar dentro da mente tornou-se o caminho. Observo o horizonte, a serra e estou no interior do Brasil, acordando para mais…

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Crônicas

As flores de plástico

Chatinho. Foi assim que uma guria referiu-me quando comentava sobre gostos musicais. Eu era o chato que reclama que quase tudo que toca por aí. E é verdade. Eu sou a pessoa mais seletiva e implicante com a música. Tenho um leque musical extremamente limitado, com sérias dificuldades de sair da minha bolha. E olha que eu sou uma pessoa muito ligada a música. Com oito anos, fiz cursos de violão. Parei porque era uma…

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Crônicas

Eu, a Elsa e os guarda-chuvas verdes

Eu sou o maior doador de fones de ouvido e sombrinha do Ocidente. Tão generoso que minhas doações são feitas de forma involuntária, automática. Não há ninguém no novo e no velho mundo que perdeu mais fones de ouvido e sombrinhas que eu. Fones de ouvido, em tese, são menos importantes no dia-dia. Menos importantes para os outros. Eu, que criei um Museu de Fones Perdidos, sofro quando viajo sem música ou podcast. Mas a…

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Crônicas

O acrobata de Toulouse

A chuva caia…fina, fria e eterna. Já era o quinto décimo dia seguido sem a presença do sol. Tão fina que não era possível de ouvir, o que ressaltava o silêncio no circo. O clima era de desânimo, pois um circo sem plateia nada é. Chegava a hora de mudar, pois não havia mais futuro por ali. A tenda se abriu e ela saiu. Com a cabeça baixa escondida no capuz, em silêncio, saiu discreta,…

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Crônicas

Diálogos

Já declarei meu amor às palavras neste blog de crônicas. Escrever é uma espécie de orgasmo intelectual. Palavras surgem nem fazer sentido e depois você encontra algum para elas. Palavras não são más, palavras não são quentes, palavras são iguais sendo diferentes, já diria Arnaldo Antunes. Há quem diga que escreva somente para si. Jamais. Seja uma crônica, uma poesia, um artigo ou até mesmo um texão para alguma rede social, não existe texto sem…

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Crônicas

Um roteiro de Kevin Smith…

Um bar fuleiro! É…não refiro-me àqueles bares gourmet travestidos de simples que pipocam pelo Brasil. Aquele locais de elite com nome de “boteco”. Até porque boteco de verdade não chame-se boteco. Falo de locais simples, com preços simples. O verdadeiro boteco é aquele com cerveja barata. Cervejas artesanais são boas, mas é outra história… Bar fuleiro, cerveja barata, uma jukebox mais aleatoria que o Ronaldinho Gaúcho e um grupo de pessoas na mesa a conversar.…

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